domingo, 29 de junho de 2008

A PRESENÇA DA POESIA

Em tempos antigos, talvez, escreveria alguns versos, por acreditar que a poesia estivesse presente apenas nesse formato e esta seria a única forma de expressá-la. No entanto, aprendi com o tempo que este sentimento tão doce pode estar vivo e impregnado no contorno de uma flor; na dança, às vezes, quase imperceptível das folhas ao ritmo do vento ou até mesmo nestas minhas singelas palavras.
O aprendizado segue por toda nossa vida e hoje aprendi, ou melhor, senti mais forte do que nunca, que, realmente, a poesia se veste de diversas formas. Ela esteve ali, naquela presença que a memória nunca mais esquecerá; nos seus gestos harmoniosos, feitos como se tivessem sido ensaiados minuciosamente, unicamente para aquele momento; na sua voz, terna e suave, que os ouvidos pedem para que não se calem jamais; no seu olhar... Ah! No seu olhar! As palavras não seriam capazes de traduzir a poesia transmitida pelo seu olhar.

É provável que se perguntem ou me perguntem: quem é este ser tão especial que é capaz de transmitir toda esta poesia? Prefiro me calar a esta pergunta, não por haver a necessidade de se preservar sua identidade, mas sim pelo fato de que a poesia está viva em cada partícula de ar e senti-la ou não, é uma questão de olhar – me disseram, certa vez, que é preciso saber olhar e ouvir as coisas, não poderiam ter dito algo mais sábio – e a verdade é que eu encontrei a poesia ali e, talvez, ela tenha passado despercebida por vocês.

Não sentiram a poesia ainda? Não se preocupem! Ela é dinâmica, até mesmo onipresente, basta apenas estar atento aos seus sinais. Tudo se resume numa questão de olhar (ouvir? sentir? cheirar? experimentar? E por que não?). Por isso, permitam que a poesia invada seu espírito e não se incomodem por não senti-la como o outro, pois cada um precisa descobrir/aprender a identificar a doce presença da poesia a sua maneira.

Danielly Ziroldo