A página em branco sempre será um convite
à escrita. O difícil é aceitar este convite de coração aberto, entregar-se a
ele como uma criança se entrega aos braços de seu pai: livre, sem medo.
É engraçado como mudamos no decorrer de
nossa vida. É estranho como o medo, as preocupações, as angústias e a timidez
crescem com a gente. Deveria ser totalmente o contrário.
Quando eu era criança andava de bicicleta
de mãos livres, equilibrava-me apenas com o corpo e abria os braços. Hoje não
tenho mais esta capacidade ou coragem. O máximo que me é permitido fazer é
soltar uma das mãos, mais nada.
Vivo em um constante paradoxo. Sempre
quis ser criança para sempre. Mas também, sempre quis amadurecer rápido.
O primeiro desejo garantia-me a segurança
de nunca ter que me preocupar com os milhares de problemas vividos por um
adulto. Muitos deles apenas inventados. O segundo desejo me asseguraria o
conhecimento, a habilidade de lidar com as mais diversas situações de maneira mais
tranquila e segura e ser levada mais a sério.
Um desejo excluiria o outro? Insiste a
constante pergunta.
O amadurecimento nos é apresentado no
decorrer de toda nossa vida, vem de forma fragmentada, a cada novo aprendizado.
E para aprender é necessário viver e, consequentemente, crescer.
Se não quero deixar de ser criança não poderei
possuir o amadurecimento? Se quero amadurecer precisarei deixar de ser criança?
Sempre me pareceu que na vida tudo se
encaminha assim: uma coisa ou outra. Dificilmente teremos a oportunidade de
possuir uma coisa e outra, simultaneamente.
E a pergunta persiste: Precisarei crescer
para ganhar o amadurecimento tão desejado, o qual, tenho certeza, nunca será
completo, pois a cada nova situação vivida, um novo aprendizado e, portanto,
mais uma gota de amadurecimento me será acrescentada?
Contudo, hoje, há uma descoberta e,
talvez, uma resposta: mesmo crescendo poderei continuar sendo criança para
sempre. Na alma. Porque, apesar de nosso corpo envelhecer, é uma escolha nossa
permitir que nossa mente e alma envelheçam juntas. Não precisamos nos tornar
velhas rabugentas só porque a idade impressa em nosso registro de nascimento
diz que somos velhas. Isso mesmo, nosso registro poderá até denunciar que somos
velhas, no entanto, o adjetivo rabugenta, somos nós mesmas que nos atribuímos.
E haveria necessidade?
Creio que não. Podemos até carregar
muitos fardos pesados nesta vida e acabar nos endurecendo para tentar encontrar
forças para carregá-los, entretanto, temos a escolha de carregá-los sozinho ou
não.
Dany
Ziroldo
fala Dany massa agora que encontrei meu Blog kk
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