Dois minutos e meio. Qual a possibilidade de um time levar um gol faltando dois minutos e meio para acabar o jogo? – lembro de uma vez, na época em que jogava futsal, que levamos um gol faltando oito segundos para o término da partida. Não perdemos o jogo, mas aquele empate de última hora, ou melhor, de últimos segundos, com certeza, nos tirou da próxima fase do campeonato.
Um minuto e meio. Por que ninguém tira essa bola de dentro da área? Querem me matar do coração? Não deixem ele chutar. Não, não, não... Ufaaaaa! Pra fora... – quando a bola entrou no gol, olhei para o banco de reservas. Nosso treinador estava desolado. Com as mãos na cabeça ele nos dizia ou gritava, sei lá, que faltavam apenas oito segundos, oito segundos. E o que são oito segundos?
Um minuto. Acaba logo esse jogo! Não acredito que ainda não tiraram essa bola do campo de defesa. Será que estão querendo levar um gol e perder a vitória no último minuto? – depois do gol tomado com oito segundos para o fim do jogo, não houve tempo para uma reação. O tempo que parecia eterno enquanto defendíamos, se consumiu voraz e imediatamente quando colocamos a bola no meio da quadra para reiniciar a partida ou encerrá-la.
Trinta segundos. Esse cronômetro deve estar com problemas. Como assim, ainda faltam trinta segundos!? – tocamos a bola de lado e antes mesmo de termos tempo de dar mais um chute, ouvimos o apito. Era o fim. Tudo estava perdido e só faltavam oito segundos quando a bola entrou.
Oito segundos. Se o árbitro não acabar esse jogo agora, juro que invado o campo e eu mesma darei o apito final. Ah, não! Vocês deixaram o cara cruzar pra dentro da área. Alguém tira essa bola daí, por favor. Só faltam oito segundos. Vocês sabem o que é isso, oito segundos? No futsal oito segundos pode ser uma eternidade, mas vocês não estão numa quadra. Vai. Tira, tira, tira. Alguém tira essa bola daí...
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Dany Ziroldo