- BRIGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
De repente um turbilhão de crianças sai em disparada. Todos correndo em direção ao som do grito que ligeiramente era espalhado de boca em boca.
Os desavisados eram engolidos pelo turbilhão e quando se davam conta já estavam correndo também. Correndo para onde? Para onde todos estavam correndo. Não importava muito o destino, o que realmente importava era a ação de correr, correr e chegar o mais rápido possível para ver a briga.
Corriam e gritavam: - Briga! Briga! Briga!
Outros retrucavam: - Onde? Onde? Cadê a briga?
E continuavam correndo e continuavam gritando.
De súbito, o pelotão de frente para. Os que vinham atrás, não conseguindo frear a tempo, esbarram no outro grupo. Com o esbarrão, aquele que havia dado a ordem de parada se desequilibra e cai de boca no chão.
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Após um instante de silêncio, levantou-se, limpou a terra que quase engolira, sentiu o gosto de sangue do pequeno corte em sua boca e com uma ponta de raiva no olhar, aproximou-se do responsável pelo tombo público. Encarou-o com toda valentia que um menino consegue ter e com o punho cerrado deferiu no rosto assustado do seu inimigo o soco mais forte que poderia dar.
Rapidamente, todo aquele turbilhão de crianças fechava um círculo em volta dos dois mais novos lutadores da escola. Entre socos e pontapés a platéia soltava urros de empolgação e para incentivar gritavam:
- Porrada! Porrada! Porrada! Porrada! Porrada...
Após um instante de silêncio, levantou-se, limpou a terra que quase engolira, sentiu o gosto de sangue do pequeno corte em sua boca e com uma ponta de raiva no olhar, aproximou-se do responsável pelo tombo público. Encarou-o com toda valentia que um menino consegue ter e com o punho cerrado deferiu no rosto assustado do seu inimigo o soco mais forte que poderia dar.
Rapidamente, todo aquele turbilhão de crianças fechava um círculo em volta dos dois mais novos lutadores da escola. Entre socos e pontapés a platéia soltava urros de empolgação e para incentivar gritavam:
- Porrada! Porrada! Porrada! Porrada! Porrada...
***
Do outro lado do pátio, alguém gritava:
- BRIGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Um novo pelotão de pernas velozes se forma. Aqueles que haviam resistido à primeira chamada, agora se veem hipnotizados pelo grito daquela palavra irresistível, a qual, misteriosamente, transporta corpos de um lugar para outro em questão de minutos.
- BRIGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Um novo pelotão de pernas velozes se forma. Aqueles que haviam resistido à primeira chamada, agora se veem hipnotizados pelo grito daquela palavra irresistível, a qual, misteriosamente, transporta corpos de um lugar para outro em questão de minutos.
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Dany Ziroldo
Dany Ziroldo
É impressionante isso.Vê-se nos colégios, na hora da saída e chega a dar medo! A violência parece estar cada vez mais tomando conta de tudo...Pena! um beijo,tudo de bom,chica
ResponderExcluirÉ a banalização da vida. Talvez o maior exercício a ser incentivado aos grupos sociais devesse ser a TOLERÂNCIA... E penso que a partir daí muitos dos gritos excluidos fossem ouvidos e quem sabe a violência diminuisse. Quiçá pudéssemos viver dias de PAZ.
ResponderExcluirBeijos, querida.
Eu gosto muito da tua criação textual.
De verdade gosto.
Carinho,
Mai
Nossa, me lembro da época em que cursei o Ensino Médio, naquele tempo já era ruim, imagina agora!
ResponderExcluirNa minha época de colégio as brigas não eram comuns e qdo aconteciam eram punidas severamente pelos pais e diretores do colégio
ResponderExcluirme amarrava em botyar os mulekes pra brigar na escola... só tinha capeta
ResponderExcluiresse texto me fez voltar no tempo de colegio, era muito bom ver aquelas brigas! kkk agora na facul não existe mais isso =/
ResponderExcluirAmeiiiiiiiiiiii a crônica!
ResponderExcluirMuito boa mesmo Dani!
Me lembrou tempos de colégio!
Quem não gosta de uma boa briga... mas assim: briguinha né! rsrs
Adorei!
Parabéééns!
Beijo Meu!
Milla
Querido amigo avassalador...
ResponderExcluirNão sei porque, mas minha reaçao a essa palavra é outra... detesto briga!
Mas... o texto esta muito bem escrito
O poder de uma palavra!
ResponderExcluirMinha escola não era assim. =(
Que pena.
Beijos.
cena frequente no cenário escolar, que vc descreveu maravilhosamente, como sempre!
ResponderExcluirÊ dany viu, só vc msm!
adorei a maneira como vc começou!
estava sem internet por um tempo por isso andei meio sumida, não sei se notou, mas logo que arrumaram vim correndo para teu blog..
seus textos refletem o cotidiano.. é por isso q gosto daqui... sempre me lembram algo familiar!
uma linda semana pra vc amiga!
bjokass
Isso, Acontece quase todos os dias em vários colégios do Brasil, e particulamente acho que isso não vai acabar, cada dia a violência Aumenta mais, o Crime Aumenta Mais!
ResponderExcluirInfelismente esse é o brasil que vivemos!
Hola Dany, recién leo este post. No sé cómo expresar los sentimientos que me hace sentir. Me causó gracia, asombro, reflexiones filosóficas, nostalgia, cariño... Escribes lindo, sigue por favor :)
ResponderExcluirOi Dani.
ResponderExcluirÓtima crônica...a vontade de responder a um chamado,como este,transforma-se quase em um sentimento. E por este motivo lotava-mos o Coliseu já a séculos atráz...!!!
Bjos
E isso não terá fim.
ResponderExcluirEssa que é a verdadeira ZONA de desenvolvimento proximal, e até demais (rs).
bjo
Oi Daniiiii!
ResponderExcluirPor onde andas??? rsrsrs
Bom, vim até aqui ver se tinha post novo...
Então vou aproveitar pra te desejar um lindo final de semana, bastante iluminado!
Obrigada pelas palavras lá na fábrica, viu? Vc não tem noção do quanto me fazem bem...
Um beijo enoooorme!
Milla
Saudades do tempo de escola. Realmente é incrível como gritar essa palavra mágica chama tanta gente...
ResponderExcluirAbraços e sucesso!