sábado, 13 de setembro de 2008

A PORTA-VOZ


Se tivesse que optar por uma palavra que a definisse, com toda a certeza, escolheria espontaneidade. Penso ser esta, a melhor palavra já inventada para adjetivá-la. Ela é, simplesmente, espontânea. Diz o que pensa e o que sente no exato momento em que os pensamentos e sentimentos lhe surgem. Provavelmente, este adjetivo traga-lhe alguns contratempos, como soltar uma ou outra palavra que não deveria ser dita naquele momento em especial; provavelmente, já deve ter passado como louca, atrevida ou petulante aos olhos dos demais, no entanto, precisamos concordar que de alguma forma invejamos não possuir ao menos um terço de sua espontaneidade.

Por sorte, é que além da palavra espontaneidade, também inventaram a palavra porta-voz, então, ela surge assim, como nossa porta-voz. Aquela que verbaliza nossos pensamentos e sentimentos, justo nas horas em que o silêncio reina e a expressão de cada rosto não é mais capaz de disfarçar o que se passa por nossas mentes e corações. É verdade que pensamos, sentimos e, principalmente, sabemos que o que nos inquieta, nos inquieta coletivamente, no entanto, ninguém ousaria dizer. Falta-nos a tal da espontaneidade.

Alguns nunca admitirão que pensam e sentem o que ela verbaliza, pois, como dizem por aí, a verdade, por vezes, é mais dura do que pedra e dizê-la, pode parecer indelicado e de uma falta de educação tremenda. Talvez as boas maneiras nos tenham ensinado a não falar de boca cheia, mas, às vezes, temos vontade de fazer exatamente o contrário, pois se não falarmos exatamente naquele momento (que por um capricho do destino, nossa boca está cheia), parece que nossas palavras não terão mais tanto sentido.

Contudo, como aquilo que nos falta, lhe sobra; silenciosamente, a elegemos como nossa porta-voz. E aos pouquinhos, ela vai nos fazendo rir e vai nos aliviando com suas palavras, que indiretamente, também são nossas...


Danielly Ziroldo

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